Por Marina Rodrigues
Aquela gota que cai e se embrenha na terra por onde passa... essa mesma gota que tantas vezes por cá passou num ciclo eterno de encontros e reencontros, sempre novos, sempre velhos, mas sempre diferentes!
Essa gota que me fala ao ouvido quando, ao bater no parapeito da janela, me brinda com a sua dança... e se aqui o tempo parasse? Talvez até tenha parado... quem o saberá? Bem, se não parou, foi como se o tivesse feito.
Um momento, que aprendemos ser apenas um instante, um segundo, passou a ser infinito... com a duração que lhe quisemos dar, eu e ela... a gota!
Esta gota aparentemente frágil, mostra a sua resistência e as mil forma de se adaptar, mil formas de brincar! Novas caras, novos contactos, novos desafios, sem nunca desistir, sem nunca se cansar... e ainda com a capacidade e alegria de nos ir presenteando com as suas danças, com as suas música, que para os mais distraídos não passam de um desconforto sem explicação...
Esta gota que tem a virtude de fazer parar o tempo àqueles que se aventuram na contemplação da sua alegria contagiante...
Quem sabe se a sua passagem pelo parapeito da minha janela não foi apenas para me ensinar essa arte de saber contemplar, de saber brincar, de saber adaptar-se?!
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