poder

Por Marina Rodrigues  

A busca interminável e obsessiva pelo alcance de algo, por chegar a algum lugar, na única condição de que essa coisa ou lugar seja maior, mais longe, mais caro, mais, mais, mais... do que as coisas ou os lugares dos outros! Não importa quem são os outros, ou quantos são. O importante é que são outros... isso basta! E isso é poder... seja lá o que isso for!

Acredito que esta busca pelo poder seja a face visível de uma tentativa de buscar a felicidade... uma busca tolhida pelo medo de olhar para dentro, obrigando o observador a substituir este olhar pela tentativa permanente e insaciável de se preencher com tudo o que possa vir dos outros, do exterior... principalmente a sensação, mesmo que aparente, mas viciante, de que o poder existe nesta busca e está ao alcance apenas dos mais fortes!

Ilusão! Diria eu cá para os meus botões...

O poder não é algo limitado a alguns. Está ao alcance de todos, mesmo dos aparentemente mais desprotegidos e fracos. O poder de encontrar a alegria nos caminhos mais simples e a serenidade num olhar que parou com a passagem de uma nuvem...

Este poder de alcançar a felicidade precisa de empenho e resiliência de quem o quer conquistar... e a opção de mudar a forma de olhar e sentir. Trocar as voltas ao destino, sair da caixa e experimentar um olhar diferente... aprender novamente a observar, a sentir e a enfrentar com coragem os medos que nos acompanham sempre que nos desviamos e os tentamos combater.

Perceber que o poder não nos chega de fora mas que faz parte de nós... espera apenas um olhar, um feixe de atenção para nos permitir experimentar a riqueza que habita em nós e que não precisa do consentimento dos outros para se iluminar, para contagiar!